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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Sobre isto:

 

A minha bicicleta não é nova; não tem uma pintura brilhante; está gasta e tem uns pneus que para encher são o cabo dos trabalhos. No entanto, a minha bicicleta significa muito mais para mim do que se possa imaginar. Andei nela desde pequenina porque a minha mãe só tirou a carta quando eu já tinha 6 anos. Levava-me na bicicleta para a escola, às compras. A minha cadeirinha era amarela e adorava que a minha mãe tocasse na campainha. E agora, uns anos mais tarde, sou eu que ando nela. Sou eu que a uso para o trabalho, para passear, para me chatear quando salta a corrente. E é por isso que gosto tanto dela. Porque antes de ser minha, foi da minha mãe e antes da minha mãe foi de uma velha senhora ciclista suiça. 

A vez em que tu foste e eu fiquei #7

Tenho um aperto no coração. Poderia ser ficcional mas não é. É, de verdade, um aperto no coração. Dor física. Um aperto que me faz respirar de forma mais pesada, mais densa. Um aperto que diz que não está bem - é claro que não está bem - um aperto que teima em ficar mesmo quando eu digo que está tudo bem. Ele é teimoso. É um aperto catostrófico neste meu coração. E não sei até onde pode ir o aperto mas também não sei muito bem como o fazer desaparecer porque já o mandei embora mas ele continua cá. E porra, o aperto dói, o coração dói e o choro não sai. Queria que saísse todo de uma vez mas não sai. E então fica o aperto. E o coração apertado. 

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