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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Lip Service - the fucking e.n.d.

 

OK, pronto. Adoro séries que possam, de algum modo retratar-nos (o nos, é a nós, lésbicas poderosas!). Adoro conhecer novas personagens e ver ... acção. OK, gosto, sobretudo, de ver os seus relacionamentos e os outfits que usam; discutir sobre a sua "butchness" e ver se a personagem é redonda ou flat... se há algo mais para além daquilo que o pequeno ecrã nos dá.

E ontem... ontem tiraram-me isso de novo. Depois de The L Word já não havia muito para esperar, era claramente o fim de uma era - uma era muito feliz e muito importante para a nossa geração por sinal. Era o fim das amizades que inevitavelmente cruzamos quando nos empenhamos em algo a sério: quem não chorou quando a Dana morreu? Ou não se sentiu extremamente revoltada por não poder dar um abraço à Carmen depois do falhanço no altar? (um abraço ou algo mais!) Claramente, The L Word é incomparável, tem uma mística perfeita e uma grande grande história (ou um nó delas). Já Lip Service era menor, mas nem por isso deixava de ser boa. Sim, algumas personagens precisavam de ser re-construídas ou de uma evolução mais directa - Jay, what the fuck dude? - mas já as sentia próximas. Dei boas gargalhadas às suas custas, suspirei e debati-me com ela pela equipa Frankie vs Shane (C'mon! Frankie is so damn hooooot and she got fucking blue eyes!). No entanto, e ostentando estas pequenas falhas, a série precisava era de mais espectadores - tivemos que ver tudo online e ler tudo e mais alguma coisa no Afterellen ou Autostraddle porque a Portugal tudo tarda em chegar (juro que não sei como demos com o caminho marítimo para a Índia) e temos que usar as máquinas xpto da nossa geração - e isso, por muito que me magoe, tem uma razão de ser: a visibilidade da homossexualidade na América do Norte é muito divergente da nossa, europeia. Mesmo que a Grécia seja nossa, e que nela esteja patenteada o nascimento da homossexualidade, a América do Norte é um país muito recente, muito recente mesmo. Com uma camada invulgar de gente entre os 16 e 24 anos (se quisermos, podemos alargar até aos 35). E é essa camada - uma fatia larga de homossexuais, já agora - que sustenta as culturas televisivas (entre outras). E esta grande diferença leva a que extinções de séries importantes para uma camada como a nossa sejam grandes penalidades para a criação da nossa própria cultura.

 

Damn it, queria eu babar-me (Frankie) e rir-me mais um bocado (Tess)... Com gente "da minha laia!".

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