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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Café negro

 Sento-me sozinha em frente à caneca do café preto. Sinto o seu cheiro a entranhar as moléculas partilhando isso com a tua posição nelas.

 

 Penso alto: e se tivesse corrido na direcção oposta? Se tivesse deixado as minhas ideias menores (agora maiores) passado sobre a manteiga e tivesse deixado fixo que devia ter partido? «Não me arrependo» - é impossível saber se o faço ou não, não estive presente no passo que seria o meu (o nosso) futuro.
 

Agora sinto que tudo corre como a água jorra da torneira para cozinhar pasta caseira - ando por aqui e por ali, fazendo maquetas a sonhar fazer bolachas, deixando-me entreter por coisas ridículas que não sei o que exercem em mim: não sei sinceramente o que esperar disto se não pensar em esperar por algo positivo.

 

Mas e aí bate: o algo positivo que me falta são as horas, ao fim do dia, que passaria contigo. São aquelas palavras que são polvilhadas com açúcar só para mim; o abraço que aquece a 180º e que me derrete como se de gelado se tratasse - e sei que sabes como sinto os teus abraços: a minha mente relaxa, deixa tudo ir; o gesto amoroso de me puxar para ti. «Cheira a tarte!», dirias tu.

 

Alguém roubou a minha sobremesa favorita e isso não se admite. Deus deveria dar-me esse desconto: já sou homossexual, não basta? Ainda tinha que me tirar o pacotinho de açúcar ambulante?

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