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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

2008 em restrospectiva de muitos parágrafos

 

1. O nosso primeiro beijo, no canto da varanda, quando procuravamos Vénus - e encontramos uma estrela cadente - e um nós que esperou 3 anos para acontecer.

2. O primeiro orgasmo sentido: e façam-se as contas - mais de uma centena ao longo do ano.

3. As extravagâncias que fiz em cafés e restaurantes foram suberbas: o italiano tornou-se o meu melhor amigo, a panna-cota a tua preferida e o chá o nosso companheiro de serões.

4. As saias começaram a fazer parte dos nossos guarda vestidos - e quando formos a Paris, vais ofercer-me uma saia realmente verde, não como a não-verde da Matilde.

5. Não necessariamente por esta ordem, mas pensei em fazer isto tudo com o meu futuro: ser historiadora de arte, crítica de arte, galerista, fotógrafa, bailarina profissional, música (jazz), chefe de cozinha, directora de uma escola artística, professora de desenho, decoradora, surfista, gerente de um club... entre muitos outros.

6. Não fui para Lisboa tirar História de Arte, mas entrei na Universidade em Viana. Vou ser Designer.

7. Saí do armário mais um bocadinho quando a falei da Rita à minha mãe.

8. A loucura dos covilhetes, das torradas, dos leites achocolatados, cafés, meias de leite e cappuccinos tornou-se real.

9. Pintei um armário antes de sair do liceu com a Scott: o Keith Haring está vivo!

10. Perdi os meus dois piercings (o que não faz de mim uma mulher muito feliz)

11. Descobri que a Rita e eu somos muito diferentes e muito parecidas.

12. Vi uma temporada inteira de Project Runaway e gostei.

13. A Katy Perry dá-me arrepios de infelicidade mas consegue sempre deizar-me com as músicas na cabeça.

14. Os Kings of Leon voltaram a fazer parte da playlist do meu iDN'TPode.

15. Comprei o meu Makiato: a verdade é que tenho uma relação de amor-ódio com o meu PC.

16. Passei o Verão quase todo em Vila Real a tirar a carta - mas ainda não acabei.

17. A minha agenda agora vai ter uma dupla (como no cinema): a minha auxiliar de memória é, agora também, da Ambar.

18. Fui adoptada por outra família; graças a isso tive grandes momentos de prazer: nunca comprei tantas prendas de natal como este ano!

19. Fui três vezes à Disneyland - à do Marisco, à do Rodízio e à dos Orgasmos.

20. Adoptei mais um animal: a Alaska Hortelã-Pimenta (é uma gata orgásmica, lésbica e adora dar-me abraços!)

21. As minhas boas acções... hm. Não atropelar ninguém enquanto andei de carro?!

22. Tornei-me na pessoa mais altruista de sempre: a única coisa que comprei para mim foi há dois dias e porque a minha mãe me obrigou.

23. Além de altruista, menos gastadora e menos consumista - mas continuo a gostar de POP ART - mas gosto MUITO MAIS de Esxpressionismo Abstracto.

24. Espero que o ano que vem me torne menos stressada, caso contrário vou ter que fazer uma endóscopia.

25. Sinto-me pela primeira vez capaz de fazer as coisas e sinto-me amada por completo. Ritinha: back at you!

26. Aprendi a tocar uma música da Amélie no piano (e juro que para o ano vou fazê-lo com as duas mãos).

27. Ainda não foi este ano que decidi qual é o meu filme favorito.

28. AH! Não me podia esquecer da passagem do meu adorado Space para o meu amado Blog.

29. Recebi figurinhas dos Simpsons!!

30. Acho que este ano percebi que não fui a pessoa que desejava ter sido durante 3 anos: mas este ano fui aquilo que quis ser - talvez por, pela primeira vez , ter dito amo-te sem pensar o que isso é.

31. Aprendi com a Gin que tostas mistas com 'pinnabutter' é fantástico! E com a mamã Rosa que não vale a pena deixar de sorrir. E com o papa Beto que com gargalhadas se constrói o dia. E com a Vó que a parte sensível deve ser dominada. E com o Padrinho que o Marisco é fantástico. E com a minha mãe que as saudades dão luta. E com o meu pai que, às vezes, gritar faz bem. E com a Di que o sofá tem partes sensíveis.

 

     Acima de tudo, aprendi que se me esforçar consigo, mas para ella, não preciso de me esforçar porque faço tudo bem na mesma. Aprendi o que é ser amada e não idolatrada e aprendi a viver com a felicidade sempre nos meus bolsos. Aprendi que nunca mais quero ceder por me dizerem que não sem haver certezas.Talvez te ame mais um bocadinho para o ano, Rita. Talvez não. De certeza. Bom ano novo.

Near Future: I've got a spare of

Num futuro próximo quero que a cebeça pare de latejar, os olhos parem de doer e as mãos deixem de estar férias. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos.

Também quero voltar para uma das minhas casas, até para as duas, deixar de ter vontade de me ir abaixo e deixar de estar meia constipada. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos. Num futuro próximo quero deixar de ter saudade tuas, deixar de não ter vontade de sair à rua, deixar que a roupa me aqueça. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos. Quero, por consequente, que as minhas noites sem ti sejam preenchidas por ti, que o vazio que sinto muitas vezes fuga de mim, que o trabalho de Rothko se conclua sozinho e que as pessoas se mantenham afastadas e me dêm espaço para ver a chuva cair. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos.Num futuro próximo quero que me dês a mão e a apertes com força, quero ver a minha gata Alaska Hortelã-Pimenta e quero que os meus amigos voltem para perto - isso inclui poucas mas excelentes pessoas. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos. Quero, também, que as luzes do Natal não acabem nunca, nem o cheiro das ruas ao fim do dia, quero que o dicionário se arrume sozinho e que o projecto de projecto não me masse muito.Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos. Num futuro próximo quero que a caneca amarela se reencha de café com leite, que a sensação de pertencer a algum lado se construa de novo e que quem me detesta mo diga na cara para eu fazer o mesmo. Não me estou a queixar: estou só a mencionar factos. E por factos entenda-se coisas que me ensurdecem todos os dias e não me deixam pensar em outras coisas mais originais como por exemplo: fazer bolachas para dar a toda a gente, enunciar a vida em conjunto dos clips e folhas que estes seguram nos meus portofólios, dar uma volta de bicicleta à beira mar e organizar os meus pensamentos.

 

 

 

LETRAS GRANDES E TRANSPARENTES - talvez.

 

Talvez porque os aviões passem baixo e mesmo assim não ouço nada;

talvez porque estou rodeada de pessoas que pensam me conhecem minimamente, mas não conhecem de todo;

talvez poque me apeteça fazer listas de impossibilidades no futuro próximo mas não tenho tinta na caneta;

talvez porque a caneta de cor preta e azul esteja esgotada e eu não goste de outras;

talvez porque as tangerinas são redondas e as pedras também;

talvez porque o sol me bateu no rosto ontem e hoje me bate a chuva.

 

Torno-me vazia como uma caixa de sapatos - que não seja minha - à espera de ser reutilizada. Será que ela também pensa que se torna mais bonita com eles lá dentro?

 

 

 

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SERRALVES - Dezembro 2008

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