(choosen one)
Quando foi que me escolheste?
(ainda me olhas da mesma forma?)
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Quando foi que me escolheste?
(ainda me olhas da mesma forma?)
Bem vinda de novo! - sentei-me no chão, cruzei as pernas, pensei em flores coloridas, em amor livre e em muita pouca coisa.
Uma saia gigante, descalça, cabelo a esvoaçar e um beijo teu a voar dos meus lábios com frescura e leveza. Senti-me no sítio certo, na hora certa. Senti cheiros abandonados há muito, provei comida inexistente, amei-te de outra forma.
Depois acordei... rai's parta o despertador. I feel like I'm loving you in 1963.
- Sorri! Anda lá! Sorrrrriiiii! - soltas uma gargalhada tão cheia de doçura e repleta de vontade que acabo por te querer enrrolada no ninho que os meus braços formam só para te darem um sítio onde ficar.
Encontro-te no comboio amarelo, a tua bicicleta descartável mantém-se quieta mesmo ao teu lado. Acho que reconheço esta e aquela cara... E aquela também. Tantas vezes fazemos o percurso, tantos rostos se cruzam com os nossos. Lembras-te do miúdo que uma vez se virou para nós: os meus papás gotam munto de mim e eu também goto munto delesss! Aquela expressão feliz concebida na face de uma alma tão pequena?
Passo a mão pelo teu ombro, beijo-te a testa e solto um sorriso secreto que só tu entendes: o sorriso de semana acabada, de horas futuras que nos partecem exclusivamente.
Sento-me. Parece o metro de NY... Lembras-te quando fomos lá pela primeira vez? Uma única mala e cerca de cinquenta postais. Uns copos da Starbucks e uma enorme vontade de ficar: enterrem-me no MoMA gritava eu. Oh sagrado Rothko....
- (olhares cumplices) é horrivel chegar ao fim-de-semana!
- Oh, que desgraça! Quero uma outra semana de trabalho asfixiante!
Soltamos gargalhadas pequenas e grandes, cor-de-rosa e verdes, com 512MB e 2GB de memória no cérebro das pessoas ao lado. A minha mochila está finalmente pousada no chão e dou-te um longo abraço que merecidamente te traz a mim. O teu cheiro continua igual depois de tanto tempo e a frase que e dizes mantém-se fiel a ela mesma:
- Cheiras bem!
Pausa. A pausa do dia. Quando a minha mão toca na tua, quando os teus dedos apertam os meus, quando os anéis se encontram, quando a tua voz se lança a mim, quando o teu olhar me projecta, quando o teu beijo me recompensa. Fico estática. A minha boca sorri, os meus olhos sorriem, o meu cabelo sorri, as minhas mãos sorriem... Até o meu fígado sorri!
- Sabes que fim-de-semana é este? Aquele que marca a nossa primeira viagem de comboio juntas. Lembras-te?
Se me lembro? Parece que foi na semana passada: íamos para o Porto. Apanhei-te em Nine, na última carruagem. O teu cabelo brilhava e ondulava com os raios solares de fim de tarde, a tua t-shirt verde lima estava empregnada do teu imenso perfume e do sabor de um dia tórrido de anunciação de primavera. Trazias o mesmo colar que trazes hoje e a mochila igual à minha, em que a única distinção era os pines que a minha expunha para o mundo. Sentamo-nos uma ao lado da outra, quase fingindo que não éramos amantes; ajudei um senhor a sentar-se ao nosso lado - tal como hoje, íamos nos bancos de metro e não nos de comboio. O sol passava-nos entre as pestanas enquanto íamos reconhecendo na falta pequena, intermédia e grande que fazíamos uma à outra. Isto foi antes de irmos viver para o Porto. Estava com tanta vontade de sair que até me levantei na Campanhã pensando que já era S.Bento. Quando chegamos a cidade acolheu-nos com boas maneiras: tão boas maneiras que me deu a provar a melhor conjunção de sande alguma vez feita - queijo com banana. O vício do café, o vício do amor... Lembras-te Rita? Nesse dia também voltei a mencionar que queria adoptar um balinês e expliquei-te de novo porquê. Fomos a viagem de autocarro, de seguida, enrroscadas uma na outra amando as nossa moléculas uma a uma... Mais um bocadinho.
Queria-te só para mim. Agora tenho-te só para mim. Agarrada aos meus sonhos, à minha vida e às minhas provas já cumpridas. Agora és só minha: já nem importa o que os outros acham ou não - importa mais que nunca que me ames e me transformes no melhor que eu possa ser e que eu te ame e te transforme no melhor que tu possas ser - afinal de conta, não é para isto que as almas gémeas servem?
1- Domingos e Segundas;
2- O mundo às costas;
3- Examinadores mal-educados;
4- Gelado de melância;
5- Aquela série com actores de segunda;
6- Telemóveis;
7- PMS;
8- Cursos mal escolhidos;
9- Viagens solitárias;
10- Semanas intermináveis com excesso de trabalho que não leva a lado nenhum.
(isto nunca acaba num dez!)
Esfrego os olhos, estou cansada. Repito de novo: onde é que estás e porque não vieste. A minha mente consegue ser persuasiva, persistente, estúpida e barulhenta. Tudo ao mesmo tempo. My day is over. and you're not around.
Se a professora Graça tem fé em mim, é porque sou boa... A história da arte, está claro!
Rita? És uma pequena artista que cabe sempre, todos os dias, no meu bolso das calças da frente. (aka - the-girl-who-gets-in-my-penties-everytime-she-can)
É. De Éclair. Rai's parta a Gomes que me fez acreditar que os éclaires podiam ser bons como os suíços. Recuso-me definitivamente a provar doçaria do género em Portugal. (pastelaria da treta - excluindo os meus queridos e adorados bolos de arroz com limão!)
Finalmente: as dores de estomago (leia-se Eduardo) voltaram - depois de umas duas semanas recheadas dealegria de comer, sem haver sinal da Judita, a rapariga lembra-se e ... fica toda confliuosa com o senhorio e chama-me estúpida. Depois pergunto-me: quem és tu, Judita? O meu alter ego a tentar fazer do meu corpo supermodelo?
Quando transbordamos de matérias
Sopramos num vento contrário.
Sentimo-nos embrenhadas de nada
e o que é tudo escurece.