Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Afluentes da vontade #1

E eu que ate gostava de ser uma pessoa que tem sempre inspiracao. Com o Muleskine ou caderno laranja sempre na carteira (sim, na nova ou na de couro vintage) e com um lapis fazer desenhos simples: uma flor, uma bolacha, um cafe. Manhattan ao amanhecer ou ao entardecer. A Torre Eiffel a aguarela como que a desvanecer. 

 

E eu, sim, talvez por coincidencias cinematograficas, ate que gostava de ter uns oculos como os da July D. em "Dois dias em Paris" - nao precisava de parecer neurotica nem nada, mas acho que os oculos dizem muito sobre mim. Talvez tambem nao fosse mau ter a desejada camara Pentax analogica. Talvez ate pudesse fazer a tal exposicao no Green Tea, na Fnac e no Teatro. Hm, porventura nao seria mal pensado? 

 

Ah! E eu que ate queria mesmo fazer a tal viagem com ella ate ao sitio mais fantastico do mundo (aos sitios?) e ficar a sonhar acordada durante a madrugada, folheando livros gigantes que me podem ensinar como fazer uma almofada ou como fazer com que os meus caracois continuem a ser caracois. Ah! E o meu Cooker Spaniel? Ate que me podia fazer companhia enquanto ella vai embora e eu fico sozinha - no meu colo enquanto continuo a ler sobre arte: escultura, arquitectura, vidas entrelacadas... Um cappuccino na berma do sofa vermelho, livro e manta e a Gilmore (se fosse menino chamava-lhe Willy Wonka...). Depois tocavas a campainha porque ainda nao teriamos chaves para as duas e eu abria-te a porta com um ensonado Bom dia. 

 

Quero tanto que certas coisas acontecam que fico especada no presente a tentar abrir uma frecha da janela do futuro. Queria muito tudo isto, mas para ja, tudo o que quero e'  que este delicioso fim-de-semana continue com a lareira acesa, a chuva a cair, as folhas a ficarem vermelhas, o cheiro a verniz fresco de madeira e a felicidade a crescer exponencialmente. <3

O que nos faz desejar (algo) é o facto de ser temporariamente inacessível.

 Continuo a amar-te, mesmo assim, tanto quanto no dia em que 

 

dissemos que era tempo. Sempre de sorriso guardado na boca, 

 

sempre de mão a tremelicar e de estômago frágil. Continuo a 

 

amar-te mesmo quando me dizes para parar de comer amendoins e 

 

quando vais para a aula e me deixas em casa sozinha. Continuo a 

 

amar-te tanto quanto as estrelas nos perguntaram se queríamos 

 

namorar, tanto quanto encontrar filmes dos bons, tanto quanto ver-

 

te adormecer a meu lado.

 

Continuo encantada por te ver abrir os olhos no lado de lá da cama, 

 

ou, quando ainda é muito escuro, ouvir a tua voz a chamar por mim. 

 

Sim, sou eu. Sou sempre eu e sempre quis ser eu. Já pintas as unhas 

 

dos pés com o meu verniz coral, claro que sou eu. Bebes café no 

 

mínimo três vezes ao dia? Claro que sou eu! Apaixonas-te facilmente 

 

por monstruosos minutos a ver fotografias? Sou eu, claramente. 

 

Continuo a amar-te só porque te tornas delirantemente entusiástica 

 

com coisas diversas que não cabem no mundo dos outros, porque és 

 

a pessoa mais razoável e mais detestável que conheço. Porque és 

 

aquilo que outros conhecem por algo e eu conheço por tudo. És e sou 

 

um nós apaixonante. Quero-o por longos minutos de anos.

The week-end:

Image and video hosting by TinyPic

 

Image and video hosting by TinyPic

 

Image and video hosting by TinyPic

 

saímos de casa cedinho e sem nos apercebermos fomos dar com o mercado do Bolhão! Foi especial - esta semana passo la para comprar uma orquídea para casa. 

 

Image and video hosting by TinyPic

 

Três cappuccinos para tardes repletas de sol quente: gin, rita e eu.

 

Image and video hosting by TinyPic

 

Melhor CD do ano já à venda: para o ano, lá estaremos de novo.

 

Image and video hosting by TinyPic

 

Image and video hosting by TinyPic

 

A melhor aquisição de sempre: caixa exclusiva Audrey Hepburn - edição limitada. Linda de morrer! (a caixa e a Audrey!)

 

Amen!

when I look up #22

Image and video hosting by TinyPic

 

 Todas as manhãs vou passar à frente do painel da loja, vou sentir me alta e inspirada, vou cair nos braços dos desejos e deixar o corpo nu à liberdade. Vou cheirar a café continuamente e os caracóis levianos levantar-se-me-ão ao atravessar a passadeira.

 

Nunca me apaixonarei por outra que não por ela: juro-lhe eterna admiração. 

Entre outros, este.

Image and video hosting by TinyPic

Photo de neon.tambourine

 

Suspirei lentamente; um suspiro imenso que se juntou ao passar dos segundos do meu relogio, o ponteiro dourado. Pensei em muitas linguas e falei muitas muitas muitas palavras. Nao falei gestos nem pensamentos. Apenas nomes. 

 

Sentada na  cadeira de couro do -5, pensava com quem gostarias tu de estar casada, se te poderias sentir de algum modo perto de mim se me chamassem por outro nome. Claro que sim e claro, determinado, que nao. 

 

O suspiro, lentamente, foi desaparecendo e eu, rapidamente, escrevi o texto e assinei. De agora em diante, mais que um estado poetico teras um pseudonimo. Sim, sou eu. 

 

Ana M. Bardot.

Pág. 1/2