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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

one fine day

Passei o dia a correr, a cantar Dylan bem alto e a fotografar o mundo que me rodeava no instante; parece-me inverosímil que esse mundo tenha desaparecido - continua lá? - ou que, simplesmente, a minha capacidade de percepção tenha sido fragmentada. Que falta me fazem os dias inconscientes, de poder de, de querer o algo simbólico que o "lá atrás" tem. Vem aí o mês de Agosto e só me apetece desaparecer por entre a erva.

Desalojar de ideias #48

andamos a correr pela vida, encalhamos em alguma coisa, pensamos que é correcto. deixamo-nos ficar, vamo-nos deixando ficar sem ter noção alguma de que aquilo nos consome como não devia, consome o que deve e não deve - sobretudo o segundo - e depois quando parte, foge, escapa, colapsa, mostramo-nos indefesos, perplexos e aturdidos. mas é mesmo assim, mas também deveria deixar de sê-lo.

O que nos faz desejar (algo) é o facto de ser temporariamente inacessível #6

e no final, o que queria era voltar para lá. sentar-me na mesa comprida de madeira da cozinha com o chá preto na caneca branca e olhá-la nos olhos dizendo que exigo um plano. porque devia ser assim que funcionava: ela tirava-me fotografias que um dia ia recordar com água no olhar (que é o que acontece actualmente), compúnhamos o fio da macaco Jamie Read e passeávamos pelas ruas entrando em lojas de música fazendo que tocávamos Ray Charles. tenho saudades dos dias rodeados de montanhas com neve no cume, de passeios de pensamentos produtivos por caminhos que cheiram a natureza fresca, natureza alpina.

é disso que precisava mais que nada, mais que tudo.