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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

When I look up #67

 Hoje andei a ajudar cá por casa, nomeadamente, limpezas e arrancar batatas. Quantidade substancial, levantei-me às 5h30 e só cheguei a casa ao meio dia. Foi bom, é bom estar por cá. Por outro lado, conduzir quando se tem vistas semelhantes a estas até dá outro gozo... E não há como conduzir com boa companhia no carro.

(foto de Herablack)

 

 

Inquéritos...

1. Existe um livro que relerias várias vezes?
Já reli vários. Gosto de reler. L'étranger de Albert Camus por exemplo. Ou a Ilíada!


2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Conto-os pelos dedos das mãos. Na América de Susan Sontag, Cartas de Henry Miller e Anaïs Nin... Estes dois são os que mais "entalados" estão.


3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
L'usage du Monde de Nicolas Bouvier.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
On the Road, Jack Kerouac - ainda não me dediquei e isso não se faz!

5.Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?

L'étranger de Albert Camus.



6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Tinha sim, e adorava! Livros da Disney sobretudo.  Acho que li todas as histórias. E depois alguns autores franceses fascinantes cujos nomes não me recordo e depois... bem, veio Isabelle Allende, Nicky Pellegrino, Haruki Murakami, Jostein Gaarder... 

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
Ora... E o prémio vai (tambores)...: Nocturnos de Kazuo Ishiguro... ai por Zeus... Que aborrecimento! Contudo, uma vez que já o tinha adquirido, pensei: pode ser que isto melhor. Não melhorou.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
Walden, Henry David Thoreau; L'étranger, Albert Camus; A Ilíada, Homero; Kafka à Beira Mar, Haruki Murakami; O Principezinho, Antoine de Saint-Exupérie; A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera; Cartas a um jovem poeta, Rainer Maria Rilke... and so on.

9. Que livro estás a ler?
Siddhartha, Hermann Hesse; Le Mythe de Sisyphe, Albert Camus; O ennsiamento de Dalai Lama, Dalai Lama.

10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito: 
uma vez que quem me passou isto (http://papoila-e-orquidea.blogspot.com/  e http://umquartoparaduas.blogspot.com/) já não volta a responder... Passo a menos pessoas, mas passo: Andreia, Mara, Sofia, Elena, LuLeonor, Mariana e Samy. Faxavor. 

Sobre isto:

Não tenho escrito. Verdade, não tenho. Falta-me paciência para compor os meus pensamentos e passá-los a limpo; prefiro o rascunho da minha mente, mas como poderei partilhar algo com alguém se não sair fora da caixa - qualquer semelhança com o "sair fora da box" do Meo é... inútil. Estive uma semana a trabalhar para a Meo/Pt como operadora de telemarketing. Despedi-me ao fim dessa semana. Chegava a casa resmungona, cabisbaixa, zangada... Estava, como se diz...? Loosing myself. Chorei todas as noite nos braços do meu bem, contudo sem lhe conseguir explicar exactamente o que me atormentava. É chato, poderosamente chato. Tivemos uma semana péssima à conta disso e... foi ainda mais chato porque foi recentemente que festejamos o nosso primeiro aniversário. No matter what, estamos aqui uma para a outra. Com mais ou menos paciência, mais ou menos tolerância, mais ou menos sorrisos. Sorrisos. Sabem quando e como voltei a sorrir? Quinta-feira por volta das 11h30 da manhã com uma simples bola antistresse que foi utilizada para marcar golos de porta a porta na nossa casa (ganhei!!). Foi essa a minha terapia. Depois houve cócegas e monopólio. E foi bom, voltei a dar gargalhadas. Voltei a ouvir o meu coração vermelho e não branco, pálido com medo. Tive uma sexta-feira fantástica porque foi o meu dia, o dia dedicado à Anita Rainha-daquilo-que-já-viu. Tive direito a uma coroa de papel, com bolas pintadas que supostamente eram as pedras preciosas - adorei!; passamos o dia em casa, saímos para comprar sopa ácido picante e tentamos ver um filme - sem sucesso, sou uma rainha demasiado exigente e tombamos para o lado a dormir. Fomos de fim-de-semana e voltei ao que me faz bem. Aquilo que me pertence. Estive com os amigos, nadei, apanhei sol, apanhei legumes e estive com a família - no fundo, sem família e amigos nada fica completo. E sabemos disso tão bem quando o abraço que a mãe dá é apertado e se ouve um "meu tesouro"; sabemos disso quando os nossos amigos dão gargalhadas genuínas e hi5* porque estamos em sintonia. Sim, o verão é feito disto, e é só mesmo isto que quero.

 

Amanhã tenho entrevista para a Vodafone - call center. Se ficar, fico - o dinheiro vai dar extra jeito (pró ano é NY garantido!!!) - se não ficar, não verto uma lágrima porque quero descansar onde só ouço pássaros e vejo sol. Por isso lhe chamam férias.


Sobre isto:

E ontem foi assim, pela primeira vez. Fomos até ao Alive (parabéns à organização que estava tudo muito bem feito, principalmente a acessibilidade aos deficientes motores!) ver a nossa banda de eleição, que segundo a Al "se fossemos a ver bem, cada uma destas músicas diz algo da nossa relação." Nem quis acreditar quando vi as pequenas cabeças dos quatro a entrar pelo palco dentro e desfilarem um conjunto bem organizado (do qual eu já estava mais ou menos à espera) de música que aqueceram o coração por várias razões. Adoro esta banda desde os meus 11 anos: é muito tempo para se gostar de uma banda, para viver com as suas músicas sempre por perto e aprender as melodias e letras todas (reconheço que sei tocar o albúm A Rush Of Blood to the Head todo na minha guitarrinha...). E foi bom, mas tão bom, ontem expericenciá-los num recinto com mais 52.000 pessoas à minha volta que estavam ali pelo mesmo motivo. E com a minha Al e com um dos melhores amigos. E depois veio Patrick Wolf, incontornável e inesquecível: cheio de garra, euforia e um bocadinho alucinado. E depois, bem, depois vem Lisboa. Não é fácil gostar desta cidade, nunca me acolhe devidamente (bem ao contrário do meu Porto que é todo ele braços abertos) - só os pastéis de Belém é que estão sempre em condições. A confusão (mesmo com a net) dos bilhetes de transporte (viva pra um, viva pra outro, zapping... WTF?) e os transportes lotados com suores e odores... e Santa Apolónia com 200 pessoas à porta a dormir na calçada gelida porque nem quando há festivais têm a decência de se preparar devidamente (seja nos transportes seja nos espaços disponiveis)... Contudo, levou-me a experienciar o dormir em espaço público e ao relento; à conta disso e de um fino bem gelado, hoje quase que nem consigo falar de tão rouca estar...e não, não foi por ter acompanhado cada palavra do Chris no concerto... acham mesmo? :D.

 

 

 

Sobre isto:

‘Chaos is a friend of mine.’ Bob Dylan

 

Por muito que adore a minha moleskine... esta não serve para adiantar a vida, quanto muito, serve para registar o que de grande se passou na minha semana, no meu mês, no meu ano.

Viver sem planos foi o meu mote desde Julho de ano passado. Viver da maneira mais pura sem pensamentos acerca do amanhã, do IMPREVISIVEL amanhã. Porque o que me concerna é mais se vai estar calor ou frio só para saber quais as hipóteses do meu dia decorrer dentro ou fora, na praia ou na rua, no café ou num jantar. 

Nem tudo pode ser medido: aprendi isso à medida que as minhas relações me passaram por entre os dedos, por entre a mente e por entre o tempo. O tempo. Embora possa delinear onde possa estar daqui a três anos e com quem, prefiro absorver o meu hoje com uma chamada telefónica a dizer que a amo e uma volta de bicicleta. Até ver, só mesmo isso importa. 

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