Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Desalojar de ideias #118

O meu cérebro está prestes a explodir de tanto pensar e repensar. Decidi não seguir pelos meios tradicionais - sabem, a teoria de tirar uma licenciatura, tirar um mestrado e fazer um part-time, arranjar emprego na área e depois doutoramento. O facto é que eu sou boa naquilo que faço sempre que me empenhe a fazê-lo: sempre tive boas notas porque me empenhei o suficiente; na faculdade nunca tive problemas maiores porque me empenhei o suficiente; na Vodafone sou sempre boa a fazer tudo o que é suposto e acabo sempre com a melhor avaliação do meu grupo durante a semana/mês. Mas agora... Seria suposto ter entrado na pós-graduação (e entrei, só não abriu) e vamos supor que o grupo de trabalho de curadoria até funciona... Não sei se isso chega; não sei se quero tirar outro curso que não tenha nada a ver com isto. Se calhar até quero mas não sei o que quero: vou tanto para este como para leste. Decido dentro da área e depois fora dela. Cozinha para o ano? Arquitectura? Design Gráfico? Now what? Hum?

The Wolves: fragilidades

Porque às vezes sentimos que há fragilidade; existe sempre, não se enganem, por muitos anos que se admirem, adorem e respeitem existe sempre fragilidade. Torna-se ténue com o passar dos dias - esses dias longos que tentamos aproveitar, conhecer-nos melhor e tentar perceber o que espreita por baixo das expressões que mostramos a toda a gente. E mostramos mais uma à outra, a união acaba por fortalecer-se: mas há fragilidade. Há fragilidade se pensarmos que num instante podemos mudar de ideias, que algo na vida nos pode tornar indaptadas a tudo aquilo que construimos. É nesses momentos que me lembro do momento: o sol batia-me na face mas descia lentamente, estava uma brisa já morna a tornar-se fria e depois estava a tua voz a ecoar pelo telefone - foi quando me olhaste e disseste com os teus olhos (não com a tua boca): sou tua, toda tua, dá-me dois segundos e serei tua para o resto da tua vida. Foi quando acreditei que ao amor precede amizade e à amizade o amor. E com esse momento esqueço a fragilidade.

 

Desde esse momento sabes o resto da história mas, de vez em quando, gosto de contá-la à minha maneira. E eu sei que tu gostas de ouvi-la da minha forma. 

 

What might have been lost:

 

 

I  you

Outono

 

Há em mim algo que mexe muito quando o Outono se instala. Sou um pessoa que trabalha imenso com imagens/cores e o outono é soberano nesses mesmo campos. E por outro lado o seu cheiro é intenso e abraça-me sempre de sorriso posto. Depois temos os passeios, os pássaros, os cães a passearem nos montinhos de folhas, as botas, os casacos de lã, o chá de hortelã, os cogumelos, a madeira húmida, as tuas mãos a aquecerem as minhas, as nossas botas a fazerem barulho e o calor que fica no peito, armazenado. Este tem sido um bom outono.