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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

when I look up # 116

when I look up e ... vejo o Jamie Cullum à minha frente em carne e osso, a escassos metros de mim... É a p*** da loucura (passo a expressão!)

 

Esperei e esperei para que este concerto acontecesse, já queria ter ido vê-lo a Cascais, ao Algarve, a Lisboa. Economicamente não fazia sentido, mas no espírito da admiração que sinto por aquele ser fá-lo-ia sem pensar duas vezes. Mas finalmente chegou o dia, em Junho, em que anunciaram que o mister viria ao Coliseu do Porto. E nesse dia fui a correr comprar bilhetes; depois veio a espera. 

 

Depois veio a gata doente que aconteceu mesmo na semana de véspera do concerto acontecer e pensei eu: estou tramada, lá foi a minha espera de 8 anos (sim, 8 anos para ver este concerto ao vivo!) em vão, lá se foi uma das melhores noites da minha vida musical. Depois a Alex que não arranjava ninguém que a substituísse na clínica nessa noite, mas lá apreceu alguém uma hora antes de tudo começar e a Frankie ajudou (e foi no dia em que ela teve alta!) e lá pudemos ir ao coliseu.

 

Sabem que mais? Não me enganei nem um bocadinho. Foi um concerto épico, fantástico, enebriante e absolutamente arrebatador! Aquele senhor tem uma presença em palco que só visto e é um amor de pessoa, incrivelmente apaixonado por aquilo que ele faz e nota-se bem tal como todos os músicos excecionais que o acompanham!

 

E eu sou uma mulher feliz porque vi ao vivo um dos artistas do meu top 5. Feliz feliz.

 

 

 

Coisas que acontecem #5

A Frankie já está em casa. Finalmente (e peço desculpa por só dizer hoje sexta mas tive muito que fazer).

 

Na terça feira fomos vê-la na pausa do almoço, nem parecia a mesma: super bem disposta, a comer sozinha e a tentar lavar-se sem sucesso por causa da protecção à volta da cabeça. Foi um alívio muito grande quando a enfermeira nos disse que provavelmente teria alta - nem queria acreditar que ela já tinha forças e já tinha recuperado de tudo por que passou. Nessa noite fomos então buscá-la e o entusiasmo era de toda a gente: médicos, ajudantes, assistentes, enfermeiros, nós, a gata... Toda a gente já tinha criado uma relação com a bichana e já toda a gente a tratava como se fosse da casa. Mas já estava na hora de vir para casa, de fazer companhia à Baguera e de levar um banho de mimos. 

 

Cerca de 600€ depois, muita esperança, muita fé, muita força positiva (nunca é demais agradecer a vocês que estão desse lado a ler!) e muita angústia... A princesa está aqui, na cama, a dormir nos nossos pés. Assim é que deve ser!

 

Coisas que acontecem #4 - parte 6

Duas transfusões: alguma havia de resultar. Ainda não está fora de perigo mas estabilizou nos 15% (ela estava a 8%); está mais animadita, já não se mostra tão agressiva e está mais calma. Ontem levei-lhe a escova, ficou muito contente e até comeu sozinha duas dentadas e bebeu água! Mas como duas dentadas não chegam, a médica teve que força-la a comer coisa que ela não gosta muito. Ontem estive duas horas com ela, veio para o meu colo, dormiu e começou a ronronar. Agora temos que aguardar que ela comece a reagir e comece por ela mesma a aumentar os leucócitos, plaquetas... Tudo. Está a ser uma lutadora a minha Frankie.

 

Posso dizer que estou mais aliviada mas ainda nada está fixo, nada é garantido. E agradeço-vos do fundo do meu coração as boas energias que nos mandam e as palavras de apoio que deixam. Ajudam muito a superar momentos destes! Obrigada!

Coisas que acontecem #4 - parte 5

Já vamos na parte 5. Uma semana de inferno. Aqui vão as últimas novidades: não me ligaram durante a noite passada (yey!!) e hoje de manhã a médica ligou-me a dizer que ela estava ligeiramente (e mesmo ligeiramente) melhor; iam ver durante o dia como é que ela se portava, se comia por ela mesma, se a contagem não regredia. Tive um dia mais esperançoso, mais confiante. 

 

Cheguei ao ICBAS esta noite, depois do trabalho, e o médico que está a fazer noite diz-me que regrediu. A minha gata é uma autêntica montanha-russa; melhor, o sistema imunitário comporta-se como tal. Na nova contagem desceu 1% o que equivale a dizer nada porque é margem de erro não é contabilizada. A diferença de ontem à noite para hoje foi que miou. E levantou-se para me dizer olá, mostrou-se feliz por ter ido vê-la. Depois de uma hora sozinha com ela, a fazer-lhe festinhas e a falar das coisas da vida, decidi que não há dinheiro que pague o que ela me deu até hoje. Apesar de algumas preocupações (os ataques de fúria) ela deu-me muitas alegrias, preencheu a casa de muito amor e carinho, de muita brincadeira, aqueceu-nos muitas vezes os pés, o colo e o coração. A bichana dos olhos azuis foi o nosso primeiro animal, é a irmã mais velha da Baguera, nunca nada poderá substituir este elemento da família e assim sendo, farei tudo o que posso para mantê-la connosco.

 

Contudo, sei que esta transfusão pode não a salvar do sistema imunitário auto-destrutivo dela; tenho plena consciência que pode não ajudá-la em nada e que tem riscos associados. Mas pior seria não fazer nada, ficar quieta sabendo que havia sempre mais alguma coisa que posso fazer. E faço, farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela não vá, dispenso as férias, dispenso os concertos, os festivais, o Natal e tudo o que for para que ela fique bem.

 

Só quero mesmo é que ela fique.

Coisas que acontecem #4 - parte 4

Hoje fui vê-la. Estive uma hora com ela, a dar-lhe mimos, a chorar, a chamar-lhe todos os nomes mais queridos. Já sabem o que é: a falha no sistema imunitário fez com que as células que transportam o oxigénio até aos músculos deixassem de ser produzidas daí a necessidade de transfusão sanguínea. Não resultou, pelo menos até agora: a média da contagem deveria situar-se entre 29-49 e está a 8. O médico diz que vai estar perto dela a noite toda e liga-me caso seja mesmo necessário fazer uma nova tranfusão. Numa situação destas o que devo pensar? Se me ligarem digo para fazerem mais uma? E se não resultar?

 

Só espero que não ligue, só espero que ninguém me ligue nesta longa primeira noite de inverno. 

Coisas que acontecem #4 - parte 3

Vomitou sangue, o sistema imunitário foi-se completamente abaixo. Depois recuperou graças ao corticóide que a médica lhe deu. Ontem fui vê-la, miou, queria vir para casa, dei-lhe muitos mimos e tive que vir embora. Há uma da manhã a médica liga-me: ficou pior, do nada. Era preciso fazer uma transfusão de sangue com o custo de 150€. Teve que ser, não é 100% certo que resulte mas é a única hipótese. Estou à espera que me digam alguma coisa. 

 

Já ouviram falar de pesadelos na vida real?

Coisas que acontecem #4 - parte 2

Ainda não veio para casa. Liguei 3x e ninguém me deu reposta até que, à cinco minutos, a médica que faz noite decidiu ligar e não com as melhores notícias.

 

A Frankie está com anemia, com ectrícia e a contagem dos glóbulos vermelhos veio baixa. A dos leucócitos (globulos brancos) ainda mais baixa - quase inexistente segundo a médica o que quer dizer que a febre continua porque o sistema imunitário da Frankie não está a responder. Disse-me que lhe conseguiu dar de comer através da grade, pouquinho mas comeu. Está a soro e meia sedada por causa do temperamento dela. A médica disse-me para ir trabalhar, caso fosse necessário algo, ligava-me na hora. Vai fazer nova colheita de sangue esta noite, amanhã mais uns exames. Falou qualquer coisa sobre a medula óssea mas não percebi por completo porque nesse momento já estava com aperto no coração e nó na garganta. Não acredito que isto "me" esteja a acontecer: estava convencida que me iam ligar para a ir buscar hoje. 

 

Odeio isto. Odeio.

Concussion

 

E vimos este fim-de-semana o filme sugerido. Gostei bastante, achei-o irreverente, muito audaz e sexualmente credivel - o que é muitas vezes não conseguido em filmes de temática lésbica. A história podia ser mais aprofundada contudo a premissa é muito boa: uma dona de casa, dois filhos, uma rotina e uma vida sexualmente parada. Até que, depois de uma bolada na cabeça (concussion) decide ter um caso isolado de sexo extra-conjugal que resulta numa oportunidade para descobrir e criar uma nova versão de si: Eleanor.

 

Realizado por Stacie Passon e com protagonista principal Robin Weigert.

 

Obrigada JP!

Coisas que acontecem #4

 

A Frankie adoeceu, deixou de comer e beber, não se mexia, nada. Fomos ontem à urgência do ICBAS. Estava desidratada, cheia de dores, de febre e com vesículas na garganta/traqueia que lhe provocavam dores e a impediam de comer. Esteve a soro, tomou três injecções e a médica disse que ela podia vir para casa mas que se sentisse que não melhorava com a medicação que receitou, para levá-la de novo. 

 

Hoje fiquei em casa para tratar da gatinha. De manhã levantou-se bem, foi comer quando a Baguera foi mas depois veio para o sofá e não quis sair mais. Dei-lhe o antibiótico mas não ajudou, continuou a ficar pior; chegou a Alex e lá lhe conseguimos medir a temperatura: 39.9º - que para um gato, já agora, é muito (o bom é 37-38º) - e fomos a correr para a urgência de novo. Hoje estava mais chateada, ontem portou-se muito bem. E hoje, o facto de estar mais chateada assustou-me porque muito provavelmente quer dizer que está com mais dores e pobrezinha, teve que ficar lá para colheita de sangue, medicação, soro... Só de pensar, dói-me o peito. Amanhã já devo poder ir buscá-la e tratá-la em casa se não for nada de grave. Vamos ver o que prognóstico nos reserva. Quando não somos nós é muito pior porque eles não miam, não choram, não se queixam. É um pânico e um tentar advinhinhar sem fim.

 

Já agora uma dica da veterinária (não que eu tivesse sequer pensado nisso!): se têm animais, nunca mas nunca lhes dêm ben-u-ron pois eles morrem; mesmo que seja à proporção de ml - peso, eles morrem porque o composto do medicamento é venenoso para eles - segundo a médica é pior que veneno dos ratos. Passem a palavra.

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