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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

último post de dois mil e treze

Chegou a altura do ano em que se fazem promessas que nunca se cumprem no ano seguinte. Não sei porque temos a sensação que tudo muda com o virar da meia noite do 31 para o 1. Não nos fazem nenhuma lavagem cerebral nem somos alvo de uma cirurgia que afecte as nossas habilidades de construir um ano melhor. Bom, mas à parte disso, venho aqui deixar os meus pensamentos e ponderações acerca de dois mil e treze. Foi um ano duro, um ano rápido, um ano bom, um ano cheio de altos e baixos (mas volto a repetir - qual o ano que não os tem?). Um ano em que aprendi muito sobre mim, sobre a forma humana da paciência, reziliência. Sobre a experiência humana da dor sobre acontecimentos trágicos, irreversivéis, sobre acontecimentos duros que levaram a noites mal dormidas e dores de cabeça particulamente dolorosas. Foi um ano de amor, de reaproximação, de momentos irrepetiveis e alegres. Foi um ano de boa disposição, maus acordares, bons filmes, filmes assim-assim, boa música, bons concertos, bons festivais, metas cumpridas, dinheiro ganho com muito suor, dinheiro gasto com muito amor. Foi um ano pleno: prefiro ver sempre o copo meio cheio portanto termino o ano com a sensação que foi um ano para lá de cheio. A todos os que fizeram parte dele muito obrigada, aqueles que não fizeram venham no próximo ano.

 

Uma boa noite de festa para todos, cometam muitas loucuras de alegria que é só para isso que serve esta noite.

 

 

 

 

Desalojar de ideias #144

Da falta... de esprírito natalício. Quem me dera estar inspirada, mas não estou. Não dou as boas festas aos clientes, as decorações não me suscitam o brilhozinho nos olhos, a árvore está feita mas as luzes só se ligaram uma vez e foi para ver se funcionavam direito. Já demos um jantar de natal e ainda faltam mais três e mesmo assim... Continua sem chegar. Põe-se música, vêm-se séries que só falam nisso, lê-se por todo o lado. Não chega. Mas eu tenho uma teoria que desenvolvi desde que estou a trabalhar.

 

E afinal, começo eu a pensar, o que é o espiríto natalício? É ser fanática por prendas, por decorar a casa toda com luzinhas, árvorezinhas, azevinho e tudo mais? É ser tão economicamente centrada em comprar presentes para pessoas que gostamos mais ou menos ou comprar coisas para as pessoas que amamos como forma de compensar as nossas atitudes diárias para com elas? Depois de passar uma noite de consoa longe das pessoas que mais gosto, tudo muda cá dentro. E francamente, este ano, acho que o meu natal já aconteceu: aconteceu quando a Frankie veio para casa depois de estar quase a morrer, durante uma semana e eu impotente a pedir que ela se salvasse. Porque nunca haverá dinheiro nenhum que possa comprar aquilo que senti no momento em que a trouxe para casa. 

 

E agora digo-vos, acho que andamos todos muito enganados sobre o que é o espiríto natalício e o que o mesmo representa. Acho que este ano finalmente aprendi que não é o vermelho e o verde, o cheiro ou a música. São os sacrifícios, o amor, a devoção que damos às pessoas e animais que nos rodeiam. São os momentos de alegria que nos vêm à memória depois do ano estar meio passado. É poder dizer com toda a certeza: naquela noite vou estar ali com as pessoas que mais amo no mundo, sentido falta de outras que amo de igual forma e alegrar-me com o facto de poder estar ali, de boa saúde junto deles. 

 

Peço desculpa se este texto vem estragar o ânimo das pessoas que estão embuídas do outro espírito (que é válido, atenção, não quero ferir susceptibilidades!) mas gostava de as deixar a pensar. Eu sei que já pensei. 

 

La Vie d'Adèle

 

Finalmente chegou ao cinema e finalmente o fomos ver. Bom filme, loooongoooo mas bom filme. Aproveitem e passem num cinema perto, prometo que não desilude - só mesmo o fim.

 

E já agora, se substituirem as personagens principais por a Scarlett Johansson e pela Kate Mosse vai dar ao mesmo - the speeding image of each other.

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