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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

Pinky Swear: mais e mais e mais

Mais longe do que o Japão. Mais alto que as nuvens. Amo-te mais que isso mas sinto a tua falta proporcinalmente. Hoje quando me despedi de ti senti que me estavam a despir, a rasgar roupas e a deixar-me nua no meio do aeroporto Sá Carneiro. Senti que me levaram aquilo que me protegia do mundo, entre mim e os olhares indiscretos, entre mim e a sujidade. Senti que levaram a melhor parte de mim. E deste-me aquele último beijo que eu queria mais prolongado ou mais calmo; não olhaste para o lado certo enquanto colocavas a mochila, a nossa aliança e o blazer dentro do contentor azul que iria passar no scanner: não olhaste mas eu olhei. Eu vi-te e olhei-te mais e mais e mais e mais. E enquanto te olhava chorava mais e mais e mais e mais. Dizem que há algo de romântico nos aeroportos (a menos que sejas o Tom Hanks...) mas discordo. Sempre que vou saio de olho vermelho e nariz batata. E hoje deixei-te lá. E eu não queria, tu não querias e acho que os senhores do café costa também não porque, afinal, não bebemos aquele curto bonito que dissemos que iríamos beber. E depois não tinha lenços que chegassem, vi-te através do vidro e fizemos mimica. Isso fez-me lembrar quando foste operada às cordas vocais e ficamos prós em mimica - fez-me lembrar esses tempos em que cuidei de ti como uma enfermeira domiciliara. E bateu mais fundo o rasgão de dor e fiquei mais despida e mais e mais e mais... E agora vais esperar uma hora em Lisboa e eu não estou aí, estou aqui, sentada, à espera que passem os 40 dias e que volte ao Aeroporto com a cartolina a dizer ALEX. Eu prometi. Eu prometo e cumpro. Pinky Swear. Pinky Swear I love you so freakin' much it starts to hurt! 

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