Um fim de semana eleitoral
Ainda não vos tinha contado, mas o meu pai este ano concorre à presidência da junta de freguesia da minha aldeia. São três aldeias para gerir, muito trabalho para fazer e pouco dinheiro para gastar. O meu tio-avô era o actual presidente e agora tenta passar a pasta ao meu pai.
Acho que é absolutamente genial que uma pessoa como o meu pai que nunca teve um interesse pela política e assuntos do género tenha decidido candidatar-se; acho que o faz mais para poder ver algumas coisas a mudarem por aqui: estabelecer um ritmo mais rápido, um novo ciclo e novas ideias; e acho também que o faz para poder-nos mostrar a coragem que tem dentro dele.
É um homem pacato, fala com toda a gente na aldeia, conhece toooodaaaaa a gente na aldeia, ajuda ainda mais que toda a gente. É um homem que gosta de fado, gosta de bom vinho e gosta de discutir ideias, fervilhar possibilidades. Gosta de poder ver mudança e de ajudar nessa mudança; ele e a curiosidades são bons amigos e têm um longo caminho percorrido (e o que haverá ainda a percorrer). Nunca o vi ter medo de nada (tirando quando rasguei o pulso e a minha irmã partiu o nariz) - e não, não digo isto porque o homem é meu pai mas sim porque é verdade. É honesto (tirando as mentiras que conta no dia 1 de Abril) e gosta de ver tudo na linha - linha recta preferencialmente. Diz imensas asneiras e sinceramente não sei como é que se vai controlar quando as coisas (se as coisas!) começarem a azedar. É um tipo 5* como muitos dizem mas também tem os seus dias maus, ferve em pouca água e nesses momentos... Salve-se quem puder.
Além de tudo é meu pai, independentemente de direita ou esquerda, é um homem de família, um pai presente e um homem absolutamente sincero: quando tem a dizer, diz. Tenho a certeza que pode e vai ser benéfico, tenho a certeza que isto pode dar volta ao nosso pequeno canto de sossego.
Vamos aguardar que toda gente vote e depois... Digo-vos alguma coisa.