Desalojar de ideias #144
Da falta... de esprírito natalício. Quem me dera estar inspirada, mas não estou. Não dou as boas festas aos clientes, as decorações não me suscitam o brilhozinho nos olhos, a árvore está feita mas as luzes só se ligaram uma vez e foi para ver se funcionavam direito. Já demos um jantar de natal e ainda faltam mais três e mesmo assim... Continua sem chegar. Põe-se música, vêm-se séries que só falam nisso, lê-se por todo o lado. Não chega. Mas eu tenho uma teoria que desenvolvi desde que estou a trabalhar.
E afinal, começo eu a pensar, o que é o espiríto natalício? É ser fanática por prendas, por decorar a casa toda com luzinhas, árvorezinhas, azevinho e tudo mais? É ser tão economicamente centrada em comprar presentes para pessoas que gostamos mais ou menos ou comprar coisas para as pessoas que amamos como forma de compensar as nossas atitudes diárias para com elas? Depois de passar uma noite de consoa longe das pessoas que mais gosto, tudo muda cá dentro. E francamente, este ano, acho que o meu natal já aconteceu: aconteceu quando a Frankie veio para casa depois de estar quase a morrer, durante uma semana e eu impotente a pedir que ela se salvasse. Porque nunca haverá dinheiro nenhum que possa comprar aquilo que senti no momento em que a trouxe para casa.
E agora digo-vos, acho que andamos todos muito enganados sobre o que é o espiríto natalício e o que o mesmo representa. Acho que este ano finalmente aprendi que não é o vermelho e o verde, o cheiro ou a música. São os sacrifícios, o amor, a devoção que damos às pessoas e animais que nos rodeiam. São os momentos de alegria que nos vêm à memória depois do ano estar meio passado. É poder dizer com toda a certeza: naquela noite vou estar ali com as pessoas que mais amo no mundo, sentido falta de outras que amo de igual forma e alegrar-me com o facto de poder estar ali, de boa saúde junto deles.
Peço desculpa se este texto vem estragar o ânimo das pessoas que estão embuídas do outro espírito (que é válido, atenção, não quero ferir susceptibilidades!) mas gostava de as deixar a pensar. Eu sei que já pensei.