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A vida de Mala Aviada

A vida de Mala Aviada

A minha razão de ser. 5.50am.

A manhã começa às 5.50. Quase que acho normal.

Abraças-te a mim e dizes-me sorrateiramente e com voz arrastada: "nããão... num quero ir!"

Mais 15 minutos, vá.

 

Todos os dias arrasto o corpo cansado. Não durmo, sonho quando devo adormecer e descansar. Sujeito-me a um estado de arrastamento continuoo.

Hoje percebi que este sítio me dá mais quando estás aqui. Dá-me mais e mais: quase que sou capaz de dizer que gosto de estar cá: e apetece-me fazer planos e viver aqui contigo.

As luzes no mar, lá ao fundo, brilham. É tão cedo: e já sinto a tua falta;

mas desta vez - uma das poucas - sem lágrima no canto do olho. As pessoas ainda estão enrroladas nos lençóis e quatro cobertores - o frio, finalmente, chegou.

 

Bebemos o nosso cappuccino de 0.50€ e tiramos as luvas para nos aquecermos nele. Os americanos andam ali às voltas e eu, mais uma vez, beijo-te a face: olhas para mim e sorris: "gosto muito de ti".

Devia ter algum tipo de plano para tornar este dia melhor: agarrar-te na mão e subirmos até à Santa Lúzia para ver o nascer do Sol. E desejo infinitamente fazê-lo. Ou correr até à praia e sentarmo-nos na pedra gelada enroladas numa manta de casa: o sol a iluminar-te as pestanas e a fazer brilhar os olhos castanhos doces.

 

E porque eles só viram o sol horas depois: eu já o havia provado muito mais cedo. Às 5.50am. E todos os dias deviam ser assim: encontrar propósitos para me levanatr tão cedo - só os camiões do lixo é que vagueiam pelas ruas e fazem desenhos nas paredes com as suas luzes - e amar a vida que por algum motivo tenho: escolhas boas e más foram-na construindo e sei que tu, Rita, foste a melhor de todas. Chego a mesmo a pensar que não foste uma escolha: eras razão de ser. A minha razão de ser.

 

 

 

 

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