Afluentes da vontade #3
Quero mais que um simples olhar ao acordar, quero um beijo infinito, um abraço extra-cremoso e palavras que sejam melosas. Isso mesmo: melosas!
Levantar da cama em cuecas e sem frio a petrificar os ossos, levantar a persiana e ver neve a cair. Por um dos velhos discos e sentir que, afinal, há mais para além de tudo isto.
Fazer torradas depois de por mais uns pauzinhos na lareira, fazer chá de ervas doces africanas, acender o incenso preto indiano da última viagem e trautear a música enquanto os meus olhos se passeiam pela leitura de um livro. é verdade e simples: não vai tardar e estaremos a balançar nas vontades do tempo - esta primavera quero ir para sul, este Outono para o mediterrâneo, o inverno na América do norte. um dia destes, o natal vai passar debaixo das nossas pestanas de forma entusiástica: tão entusiástica que faremos uma festa à la Hepburn no Breakfast e deixamos toda a gente lá dentro enquanto vamos para o telhado contar estrelas a comer tarte.
as pessoas ainda subestimam a arte de bem viver e eu quero ,precisamente, o contrário.